Artigo de opinião publicado neste último número do Jornal A Planície
Moura:A Cidade dos Museus.
Dos 17 anos que a CDU leva na já presidência da Câmara Municipal de Moura, uma coisa há a realçar, a opção por museus foi uma constante e com essa opção, como o dinheiro não estica e não dá para tudo, a autarquia deixou para trás outras opções que poderiam gerar dinâmica económica, criação de mais postos de trabalho diretos e indiretos, criando assim emprego, gerando riqueza nas famílias e
circulação de capital no concelho. Mas a opção foi os museus e núcleos museológicos.
E agora, como se costuma dizer, “já está, já está”.
Já que temos estes museus todos e o dinheiro já foi gasto, o que fazer? Vamos ter que ver as coisas pelo lado positivo. Alguns destes museus têm capacidade para afirmarem o nosso concelho e encherem-nos de orgulho; dois exemplos concretos, o Museu de Arte Sacra e o Museu de Joalharia Contemporânea. Sem tirar valor aos outros, é indispensável a visita a ambos.
É importante que as próprias populações tenham orgulho no seu património, que o conheçam. E esta consciência da população ajuda também a promover a imagem do nosso concelho e nisto também a autarquia tem falhado, que é uma coisa básica e que se chama promoção interna.
O “Destino Portugal”, conforme definido no Plano Estratégico Nacional do Turismo assenta nos elementos Clima e Luz, História Cultura e Tradição, Hospitalidade e Diversidade Concentrada.
Nós em Moura, à nossa escala, temos isto tudo. No referido plano estratégico, dos cinco produtos referenciais para o Alentejo, quatro aplicam-se sem pestanejar ao nosso concelho; os Circuitos Turísticos, onde se referencia que o Alentejo deve apostar nos circuitos turísticos como produto dinamizador da região, o Turismo de Natureza, a Gastronomia e Vinhos e o Turismo Náutico.
Estamos à espera do quê?
Que relação podem ter os museus com os hotéis? Que relação podem ter os museus com os restaurantes e com as tabernas? E com as empresas de animação turística? E com as agências de viagens? E com as empresas produtoras de vinhos, de queijos, de azeites? Ou com a Herdade da Contenda? Ou com o Festival de Peixe do Rio? Ou com a Festa de Na Sra do Carmo? E por aí adiante.
Estas são algumas das questões que se devem colocar para a criação de uma estratégia dinâmica, com vários parceiros onde os nossos inúmeros museus têm que fazer parte. É esta a dinâmica que a autarquia tem o dever de imprimir.
É de muito mau gosto, que depois de tanto dinheiro gasto, não se conheça uma intenção do executivo camarário em colocar estes museus dentro de uma estratégia turística global e concertada capaz de atrair visitantes ao nosso concelho. E o grave, é que até à data não se conhece.
O concelho de Moura e a cidade dos museus (porque não valorizar este epíteto?), não pode parar.
A riqueza do património do nosso concelho, obrigatoriamente tem que contribuir para o aumento da riqueza monetária dos seus habitantes.
O PSD de Moura tem essa intenção e está disposto a colaborar para esse propósito, mas já estamos habituados que o orgulho dos executivos da CDU não permita envolver outras forças políticas e por isso estamos apreensivos pelo futuro deste concelho.